Os desabafos e porque não os devaneios de alguém que diz ter algo de muito importante a revelar ao mundo e quiçá a Portugal, sobre materiais e outras coisinhas. Os materiais “andem” por aí …e já agora as “bases” alguém as viu!?

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Do estranho nasce por vezes algo... singular



Decidi fazer uma espécie de crítica a um filme.
Um alerta: é um filme diferente. Não é um filme comercial. O tema não é usual e no entanto baseia-se num caso verídico, algo que se passou na vida real, o argumentista do filme não inventou nada. Friso isto porque o filme, sobretudo o desenlace, é tão surreal, que uma pessoa pensa: isto não é possivel!
Como é que eu fui dar com o filme? À cerca de um mês começei a ver uma série chamada Pushing Daisies, e fiz uma pesquisa no google para saber quais os filmes ou séries que os protagonistas tinham feito anteriormente (há quem seja maluco por carros e compre a revista autohoje, p.e, de forma a ver os modelos dos carros, características, preços...e tudo para quê? muitas das vezes, para não dizer todas, nem chegam a comprar :p eu cá gosto de cinema&séries e faço pesquisa sobre quase tudo que esteja relacionado com as 2 coisas).
Ora o actor principal, Lee Pace, que eu não conhecia de lado nenhum tinha já um curriculo apreciável, que incluía uma nomeação para um globo de ouro - Nomination for Best actor - para um telefilme.
O nome do filme é A SOLDIER’S GIRL.
Sim é um filme sobre soldados. Não, não tem nada ver com Platoon, resgate de soldado ryan, G.I jane, etc (que a meu ver são secantes até dizer chega).
Trata-se sobretudo de uma história de amor. Uma relação que nasce entre duas pessoas de dois mundos completamente distintos. Soa a cliché? talvez.
Certa noite o recruta Barry Winchell vai, juntamente com os companheiros da infantaria, a um club nocturno onde actuam travestis. O recruta mostra-se acanhado, sem saber bem o que fazer naquele local. Nunca antes tinha visto um homem vestido de mulher. Nada o tinha preparado para o que viria a seguir.
Entra no palco “a jovem” Calpernia Addams e a sua actuação deixa toda a audiência enfeitiçada.
Barry e os amigos começam a debater entre si se Calpernia é um homem ou uma mulher, se aquilo que ostenta debaixo do soutien é real ou não.
Calpernia chega-se ao pé da mesa de Barry e um dos amigos desafia-o a descobrir a verdade.
A partir da aí, ou talvez antes - quando observava a actuação de Calpernia, nasce algo entre os dois.
Embora Barry saiba que Calpernia não é uma mulher, sabe também que não é um homem.
A forma como ela se move, fala e pensa tudo aponta para um ser feminino. Estranho não é?
Trata-se de uma brilhante interpretação do actor. Um desempenho que nos faz simpatizar e ter pena da personagem, mas que, acima de tudo, lembra-nos que hoje em dia, a sexualidade não é só preto ou só branco. Existe muito cinzento por esse mundo fora.
Tudo parece ir de vento em popa para os dois love birds, mas a noticia de que Barry anda com um freak chega ao ouvido de um rapazinho tresloucado que decide espancar Barry com um bastão de baseball – quando ele começa a dar as primeiras cacetadas eu penso: “Que parvoíce. Isto não pode estar a acontecer. Levanta-te Barry.”
Ao mesmo tempo que isto acontece Calpernia luta pelo titulo de Miss Tennessee Entertainer of the Year Pageant.
É uma cena triste, parva: Calpernia actua com garra redobrada pois está segura de que um futuro risonho espera por ela e Barry, e entretanto o homem da sua vida está a ser violentamente espancado.
Barry não resiste aos ferimentos e falece. Calpernia chega a casa vitoriosa, liga a tv e depara-se com a noticia do falecimento de Barry.
Nesta cena o espectador sente o mundo de Calpernia desabar, de tão real e genuíno é o sofrimento que transmite o actor. Não foi preciso usar efeitos especiais, nem dolby surround para passar a mensagem. Eis a beleza do cinema.
O atacante- é nos revelado no fim do filme - é condenado a prisão perpétua. Menos do que isso não merecia.
Volto a dizer o que disse antes: trata-se de uma história de amor. Se nos abstrairmos da sexualidade dos protagonistas somos capazes de entender o filme como isso mesmo e assim dar o devido valor .

Mas percebo porque razão Lee Pace não ganhou o globo de ouro. Concorreu na categoria errada. Devia ter sido nomeado na categoria de melhor actriz dramática. Assim teria ganho de certeza :p
Por tudo o que disse antes e, além disso, porque este filme faz o Brokeback Mountain parecer pequenino, insignificante e confuso (aquela relação entre 2 cowboys é muito esquisita; e já agora que raio de nome para uma montanha), dou uma nota de 8.5/10 ao A SOLDIER’S GIRL.

p.s: Para mim só 1 filme merece um 10... o Moulin Rouge :p

G’bye

1 comentário:

Chama Violeta disse...

Namastê!!! Obrigada pela visita em meu blog que estava hibernando há algum tempo.Voltei e te convido para visitar-me sempre que desejares.
Fica bem...