Cold... cold... cold …

Cold is the colour of crystal the snowlight
That falls from the heavenly skies
Catch me and let me dive under
For I want to swim in the pools of your eyes
(Annie Lennox)

Ontem foi dia de festa, ou melhor noite de festa.
O pessoal “materialista” reuniu-se e foi jantar ao D. Ema, também conhecido, supostamente, por Tia Lurdes. De seguida, alguns seguiram para o bairro.
O restaurante era, digamos, pitoresco, a comida boa o suficiente para não nos ter causado nenhuma intoxicação alimentar e o convívio foi do best...
O lugar que me coube proporcionou-me a interacção com quase todas as pessoas e, é claro, tinha uma óptima vista para a tv – que a partir de determinada altura mostrava a teresa guilherme e o ex-padre amaro numa cena muito escaldante (é assim, através destes artíficios, que a SIC pretende captar a atenção da audiência...triste).
Quando não estava entretido a conversar fixava a minha atenção naquilo que os meus amigos estavam a fazer. Uns falavam e/ou riam a bom rir, um riso honesto, saudável, enquanto que outros falavam baixinho e/ou também se riam, mas não era um riso tão puro. Havia também quem tirasse fotografias e , estranhamente, quem passasse o tempo a fugir das mesmas.
Às vezes as conversas convergiam para o mesmo assunto, mas foram raros esses momentos.
O que não é de estranhar. Nem todos partilham os mesmos gostos e interessam-se pelas mesmas coisas. O que leva à formação de grupos: 2 ou + pessoas decidem alienar-se do resto do pessoal e conversam entre si sobre um assunto comum a todos.
Nada disto me surpreende...afinal é a ordem natural das coisas.
O que de facto me surpreendeu ou, por outras palavras, a grande novidade que a noite de ontem me proporcionou – e encaro-a agora como uma valiosa lição de vida- é que há pessoas que nunca mudam.
Esta epifania pode significar algo positivo. Por exemplo: as pessoas de boa índole só têm a lucrar ao permanecer generosas e simpáticas.
No entanto, pode também ter associado 1 aspecto negativo. Por exemplo: o Luís tinha um péssimo feitio quando era adolescente, contudo, continua a ser mal-educado e agressivo para as pessoas na fase adulta; a coisa mais acertada teria sido erradicar esse lado menos bom da sua personalidade – ainda hoje li no Especial do jornal EXPRESSO- Emprego e Carreiras 07 que uma das coisas que nunca se deve fazer, quando se procura um emprego, é: “Adoptar uma postura negativa”. Ora acham que o Luís tem alguma chance de conquistar um emprego? Quando lhe dissessem alguma coisa que não fosse de seu agrado começava a praguejar ou pior, desatava ao murro. Sim porque com falinhas mansas já nos apercebemos que ele não ia lá. Aliás, nem deve constar no seu vocabulário.
Posso apontar o dedo a mim próprio e dizer que tenho ainda muitas particularidades não tão boas e que gostaria de me desfazer delas. Estou ainda num processo de desenvolvimento.
Mas ontem senti-me feliz, pois quando velhas histórias vieram à tona, relatos de acontecimentos de à 4, 5 anos atrás, que me envolviam, eu não me consegui rever naquela personagem que os meus amigos descreviam. Aquele Miguel que disse aquela célebre frase sobre a virgem – vocês sabem qual - não tem quase nada (digo quase porque ainda continuo brincalhão)a ver comigo, faz parte do passado.
Encontrei esta citação:

“Change is inevitable - except from a vending machine” ~Robert C. Gallagher

É inteiramente verdade. Mas se uma pessoa muda, então que mude para melhor.

Para terminar:

1º Este foi o meu primeiro post sério, isto é, sobre um assunto sério. Foi sobretudo um desabafo. Uma partilha de pensamentos. Não sei se é coisa para continuar, até porque o blog foi criado para ter um tom alegre, cómico, nada de coisas introspectivas e deprimentes.

2º Aproveito para congratular, mais uma vez, os novos mestres. Muitos parabéns Andy, Zé e Cat. Torço para que tenham sucesso nos vossos empregos.

3º Às pessoas que nunca mais mudam (e deviam) faço um alerta: só vocês é que ficam a perder, não esperem obter para toda a eternidade a compaixão/compreensão daqueles que fazem sofrer... tudo nesta vida tem limite e repercussão.

G’bye